quarta-feira, julho 08, 2020

Vi aquelas borboletas ali .


Vi aquelas borboletas ali
Ao enveredarem por caminhos desconhecidos
Elas pousaram no meu coração
Eu não queria
Borboletas são bonitas, se transformam
Esse pouso não teve beleza
Imagine uma mente complexa, imaginativa
Agora, crie os piores cenários:
Um conversando com o outro, chamando para dançar
Uma dança da morte. Aquela dança que parte de uma risada desesperadora
E que desespero, meu Deus
Um grito preso na garganta. Uma ansiedade agonizante que assola o coração
O choro, que sai lavando a alma
Pois bem, meu cérebro é essa dança
Que desengonça. Que bagunça, que mexe com a realidade
Por qual razão as borboletas me impactaram tanto?
Não sei
Quer dizer, sei sim:
Uma ideia de perfeição, talvez
De uma linda história de amor. Ou de várias
Algo sentido e que tampouco possa ser meu um dia
Que sensação estranha, essa de passar calor,
Ficar tremendo de frio em uma fração de segundos
E sorrir: de alegria, daquilo que nem sabemos se ocorrerá
Numa relva de maciez e constância,
A minha inconstância me freou
E que tristeza tamanha
Não precisa de café na cama
Apenas dessa lembrança, de fingir que se ama
Só me arranha, não me estranha, se assanha
Morde, tira meu pedaço
Me faz o teu laço, sem barganha
Sempre disse que era na tristeza que as palavras vinham
Elas vieram e ficaram, condensaram
Cristalizaram
E, por fim, gargalhei de tanto chorar
Porque sou entranha
Uma figura peculiar


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